terça-feira, 22 de junho de 2010

Sol II

"Venho me sentindo doente, há tempos.
Talvez seja o excesso de cigarro.
Escrevo um verso... dou mais um trago...
Ou quem sabe seja apenas sofrimento

A fumaça paira sobre o ar.
Meus pensamentos param em você.
Sofro por ter que te esquecer,
mas quero pro resto da minha vida te adorar.

Tirar-te de minha cabeça é uma tortura,
mas eu quero viver, não quero amar.
De meu subconsciente não consigo te exilar,
é o mesmo que cavar a minha própria sepultura."

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sol I

"Na penumbra esperei por muito tempo,
para que o Sol se pusesse, e a noite caisse.
A noite caiu. Fui o dia esquecendo.
Fui o frio conhecendo. Fui me tornando triste.

Foram longas noites, curtos dias.
Dias sem calor, sem o calor do Sol.
Dias e noites sem a minha alegria.
Noites que passei enxugando lágrimas em meu lençol.

Mas não consigo, e de volta o aceito.
E ele denovo me enlaça com seu calor,
e mais uma vez com ele me deleito.
Mas minha afinidade com o dia ainda me causa dor.

Ainda não aprendi a arte de amar.
Lamento-me pelo fato d'eu ser assim.
Indagaria ao Sol se ele não gostaria de me ensinar.
Não tenho coragem. E minha dúvida não tem fim:

E então, Sol, o que queres de mim?"

Nuvens Solitárias

"As nuvens solitárias, vem o amanhecer trazendo.
E com elas, tímidos raios de sol se aproximam.
Os odores do sombrio orvalho desta manhã me fascinam.
O alvorecer vai com sua magia, a noite esquecendo.

As nuvens solitárias, observando-nos das alturas,
analizando minuciosamente nossos amores,
para que consigam suportar todas as suas dores,
e para que estas não ofusquem sua alvura.

As nuvens solitárias, todavia, podem amar.
Mesmo que nos estudem, ninguém que ama é feliz.
Eu, por exemplo, sou o produto de tudo o que fiz.
Sou o carrasco do meu próprio penar.

As nuvens solitárias, em sua alvura imensa,
traduzem em trovões, um urro doloroso e desesperado.
E suas lágrimas percorrem o meu telhado:
uma chuva suave, fria e densa."