quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mar da Ilusão

"Não aguento mais viver sem ter você.
Sem tua paz, teu cheiro, teu amor.
Meus olhos já não brilham.
Meu peito está vazio,
cheio de dor.

Sem ti, hoje, nado no mais profundo mar.
O profundo e triste Mar da Ilusão.
Senti teu corpo me envolver,
submerso em devaneios...
...era apenas solidão.

Atearei o fogo dessa gélida solidão em minh'alma.
Darei uma de Nero aqui, dentro de mim.
Para que toda minha angústia
possua - finalmente -
o seu fim."

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nem nada, nem ninguém

"Não sei de onde toda essa minha tristeza advém.
Busco respostas, mas nenhuma consigo encontrar.
Tenho certeza que, desta vez, não é por amar.
Busco e não acho. Nem nada, nem ninguém.

Eu deveria ser a pessoa mais feliz do mundo,
pois estou amando quem me ama, loucamente.
Mas essa dúvida ainda em mim, tão impertinente:
'Por que eu venho me sentindo tão imundo?'

Recapitulo minha vida, noto o quanto eu era mizerável.
Escondido na escuridão da vida. Sempre sozinho.
Hoje com você, construímos juntos o nosso ninho.
Minha existência nunca foi como agora, estável.

Só o que importa é que verdadeiramente nos amamos.
Nada, nem ninguém, extinguirá essa grande sorte
de você estar na minha vida. Muito menos a morte,
pois a nossa eternidade já conquistamos."

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dilema

"Que vida ingrata essa em que vivemos.
Só conseguimos amar quem não nos ama.
Vida, que em vez de mar de rosas, é lama.
Temos o que podemos, e não o que queremos.

Brindamos a dor, festejamos a nossa morte.
Cheiramos a nossa alegria mal cultivada.
Injetamos ampolas de uma vida amaldiçoada.
Se esconde numa névoa de fumaça, a nossa sorte.

Tentamos achar um verdadeiro sentido para a vida.
Tentamos esconder todas as nossas dores.
Forçadamente, ufanizamos todos os nossos amores.
Forçadamente, esquecemos atitudes mal cometidas.

A solidão a nos perseguir, melhor seria não nascer,
do que ter que viver nesse terrível dilema.
[Moral da história, e de todo o poema:
nascemos sem pedir, morremos sem querer.]"

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Teu cheiro, teu olhar, tudo teu

"Esse teu cheiro que me sufoca e que me invade,
me invade de saudade do teu corpo, do teu gosto.
Que toma conta de mim, e me mata de saudade.
- Saudade da delicadeza e da alvura do teu rosto.

Teu olhar atormenta os meus sonhos, afugenta meus medos.
Meu cíume que me afaga e que, por dentro, me rasga de dor.
Tuas curvas delineadas suavemente pelos meus dedos.
- O que sinto por você, se não for o mais puro amor?"

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Vício

"Desde a primeira vez que experimentei,
já sabia que nunca mais deixaria de usar.
Tudo em excesso faz mal, drogas viciam, eu sei,
mas daquela vez não houve como exitar.

É o maior nível que se pode alcançar da alegria.
É uma sensação de êxtase que não dá pra explicar.
Sem ele por muitas horas, nasce em mim uma agonia,
e um desejo assassino de minha vontade matar.

Bastou a primeira vez, pra me tornar seu escravo.
Ainda tentei por algum tempo dessa droga me livrar,
mas comprometi o meu futuro com o passado.
Tive uma recaída. Voltei loucamente a me drogar.

Hoje é um vício indispensável à minha sobrevivência.
Sem ele agora já não consigo escrever, nem pensar.
Só uma coisa me vem em mente, nessa minha infinita abstinência:
'Minha droga é o seu amor, e longe dele eu não consigo mais ficar' "